Media Release
Climate Bonds Initiative publica relatório sobre o mercado de finanças verdes na América Latina e Caribe (ALC)
Emissão de títulos verdes na região dobraram em menos de dois anos
SÃO PAULO, 18/11/21 08:00 GMT: A Climate Bonds Initiative acaba de publicar o relatório "Análise do Mercado na América Latina e Caribe", com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Financeira Internacional (IFC). O estudo mostra que a região estabeleceu um recorde de emissão de títulos verdes em 2020 e está a caminho de atingir números semelhantes em 2021. A emissão de títulos verdes cresceu de US$ 13,6 bilhões em setembro de 2019 para US$ 30,2 bilhões no final de junho de 2021, em menos de dois anos. Os altos números são resultado, principalmente, da emissão soberana da República do Chile (US$ 3,8 bilhões) e de vários emissores do Brasil (US$ 2,5 bilhões).
Destaques do relatório:
● Emissores corporativos e soberanos prevaleceram no mercado, enquanto o volume vindo de banco de desenvolvimento caiu de 18% para 14% no acumulado desde 2019. As sociedades não financeiras (39%) e os soberanos (25%) mantêm as primeiras posições entre os tipos de emissores em termos acumulados, graças às grandes emissões do Brasil e do Chile. Em junho de 2021, o Chile era o único país da região que emitia títulos verdes soberanos.
● Títulos com vencimento em mais de 10 anos aumentaram de 14% para 30% (US$ 8,7 bilhões) em termos de volume acumulado emitido no final de junho de 2021.
● Novos países também entraram no mercado de títulos verdes nos últimos dois anos: desde 2019, Barbados, Bermuda, Equador e Panamá emitiram seus primeiros títulos verdes, aumentando o número total de países que emitem títulos verdes, sociais e sustentáveis (VSS) na ALC para 14.
● Uso dos recursos: O setor de Energia é o mais financiado na região da ALC, representando 44% (US$ 13,2 bilhões de dólares) do valor acumulado emitido. Seguido por Transporte com 28% e Uso do Solo com 12%.
● Títulos verdes, sociais e sustentáveis: A emissão total de VSS em 2020 chegou a US$ 16,3 bilhões (+ 82% com relação ao ano anterior US$ 8,9 bilhões) e atingiu US$ 12,5 bilhões em 2021 a partir do corte. O Chile (US$ 17,8 bilhões) e o Brasil (U $ 11,7 bilhões) abrigam os maiores mercados de títulos VSS da região. O México ocupa o terceiro lugar com US$ 7,8 bilhões e um volume combinado de VSS. Juntos, os três principais países respondem por 77% de todas as emissões de VSS na região da ALC.
● O crescimento dos títulos sociais e sustentáveis teve um grande aumento após 2019, ainda mais notável com US$ 18,3 bilhões em emissões acumuladas no final do primeiro semestre de 2021, desde que este segmento de mercado começou em 2016. O crescimento continua em 2021, experimentando a maior emissão de ações sociais e sustentáveis (S&S) (US $ 7,9 bilhões) muito antes do final do ano. O montante emitido em questões sociais e sustentáveis está distribuído em aproximadamente US$ 8,8 bilhões e US$ 9,7 bilhões de dólares, respectivamente.
● Seguindo tendências semelhantes para a emissão de títulos verdes, três países – Chile (US$ 8,3 bilhões), México (US$ 3,7 bilhões) e Brasil (US$ 1,4 bilhão) – destacam-se como líderes na emissão de S&S. O Chile também é o maior mercado de títulos sociais e sustentáveis (S&S) da região (US $ 8,3 milhões). Semelhante à emissão de títulos verdes, os títulos soberanos também representam uma parte considerável (61%) do volume social e sustentável do Chile. O México é o segundo maior mercado de títulos sociais e sustentáveis(US $ 3,7 milhões). A temática social é caracterizada por três atores na esfera soberana: República do Chile, Guatemala e Equador com 41%, 14% e 4% de participação de mercado, respectivamente.
Títulos ligados à sustentabilidade
O mercado de títulos vinculados à sustentabilidade (SLB) desempenha um papel vital como ferramenta complementar. Na região da ALC, foram emitidos US$ 10 bilhões em SLB no final do primeiro semestre de 2021. Os emissores pioneiros nesse segmento vêm do Brasil, México e Chile, com 63%, 32% e 5%, respectivamente. Os três principais emissores, a empresa florestal Suzano (Brasil – também emissora de títulos verdes), a engarrafadora varejista de alimentos FEMSA (México – também listada como emissora de títulos verdes acima) e o conglomerado industrial Orbia Advance Corp (México) juntos representam quase a metade – US$ 4,25 bilhões do volume total de SLB na região.
Títulos de transição
O financiamento da transição vem ganhando espaço no mercado da ALC nos últimos anos. Os grandes emissores buscam financiar sua mudança para operações e estratégias mais limpas e sustentáveis usando instrumentos de dívida. Para esta transição, a ALC está observando uma maior adoção de SLBs (por exemplo, títulos Suzano 2020 e 2021) e títulos de transição (títulos Eneva 2020), juntamente com emissões de VSS.
Desenvolvimento de taxonomias na ALC
Diretrizes para selecionar projetos e ativos verdes elegíveis estão sendo implementadas em todo o mundo para apoiar emissores e investidores, inclusive na ALC. Pelo menos quatro países da ALC estão desenvolvendo taxonomias verdes locais, com esse processo em diferentes estágios de desenvolvimento. Há um interesse crescente de outros países da região em começar a trabalhar em suas próprias definições e métricas para projetos e ativos verdes. O aumento das taxonomias locais demonstra o interesse dos países e seus governos em mobilizar fluxos de capital para um desenvolvimento sustentável e resiliente ao clima.
Leisa Souza, Head of LatAm, Climate Bonds Initiative:
“O crescimento da emissão de VSS na ALC desde a primeira edição regional do relatório Estado do Mercado demonstra o apetite por produtos sustentáveis na região. À medida que o mercado amadurece, vemos uma diversificação de emissores e o uso de recursos, principalmente em transportes, agricultura e construção. Esta segunda edição destaca esse progresso, bem como o potencial dos países da ALC de continuar acessando aos mercados de capital verde.”
Marcela Ponce, Líder de Finanças Climáticas para LAC, Corporação Financeira Internacional:
“Houve um progresso significativo no mercado de dívida sustentável na América Latina, mas ainda há espaço para crescimento. As instituições financeiras e empresas devem continuar a aumentar seu compromisso e liderança, enquanto se esforçam para cumprir as metas globais de sustentabilidade. Como parte do Plano de Ação para Mudanças Climáticas do Grupo Banco Mundial, a IFC buscará aumentar seu financiamento climático para, em média, 35% de nossa própria conta até o ano fiscal de 2025. Também buscaremos alinhar 85% dos novos investimentos diretos com os objetivos do Acordo de Paris em 1º de julho de 2023 e 100% no início do ano fiscal de 2025. Isso significa que intensificaremos nossos esforços de investimento, consultoria e compartilhamento de conhecimento com foco na promoção do desenvolvimento do mercado de títulos temáticos-climáticos, ao mesmo tempo que mobiliza capital privado e fortalece as redes de segurança social, estabilidade financeira e resiliência.”
Maria Netto, Especialista Líder em Mercados Financeiros, Banco Interamericano de Desenvolvimento
“O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem o prazer de apoiar esta nova edição “Análise do mercado na América Latina e no Caribe”. Este relatório é parte de nossos esforços para trazer mais transparência e responsabilidade ao mercado de títulos verdes da região. A Visão 2025 do BID busca catalisar o investimento do setor privado para promover uma recuperação econômica sustentável na região. Este novo relatório complementa nossa Plataforma de Transparência de Títulos Verdes, uma ferramenta digital inovadora lançada no início deste ano que apoia a harmonização e padronização dos relatórios de títulos verdes em nossa região.”
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Contato:
Climate Bonds Initiative
Mariana Caminha
Head de Comunicação para Regiões
+55 (61) 98135 1800 (whatsapp)
mariana.caminha@climatebonds.net
Notas para o editor:
Sobre a Climate Bonds Initiative: A Climate Bonds Initiative é uma organização sem fins lucrativos focada na promoção de investimentos em grande escala na economia de baixo carbono. Visite nosso site: www.climatebonds.net
Sobre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID): O Banco Interamericano de Desenvolvimento se dedica a melhorar a qualidade de vida. Estabelecido em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional na América Latina e no Caribe. O BID também realiza pesquisas de ponta e fornece assessoria política, assistência técnica e treinamento a clientes dos setores público e privado em toda a região.
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