Mercado brasileiro de títulos verdes bate a marca dos 9 bilhões de dólares

 

 

Mercado brasileiro de títulos verdes bate a marca dos 9 bilhões de dólares

Agricultura corresponde a 27% do total emitido no Brasil desde 2015. O setor é considerado o maior potencial de emissões verdes do país, segundo novo estudo da Climate Bonds Initiative.

 

São Paulo, 29 de junho de 2021: A Climate Bonds Initiative lança nesta terça-feira, 29, o relatório Análise do Mercado de Financiamento Sustentável da Agricultura no Brasil, uma análise de como títulos rotulados são atualmente utilizados ​​para financiar projetos, ativos e atividades de agricultura sustentável no país.

De acordo com o estudo, os títulos verdes respondem por 84% do mercado de dívida sustentável brasileira, com um total acumulado de US $9 bilhões emitidos até fevereiro de 2021. Em seguida, estão os títulos sustentáveis com US $1,6 bilhão representando 15% do volume total. E, por último, os títulos sociais com US $111 milhões equivalente a 1% do mercado.

Segundo o relatório, energias renováveis e uso da terra continuam sendo as duas categorias mais financiadas no Brasil, com 45% e 27%, respectivamente, do volume de emissões verdes. Os temas abrangidos pela categoria de 'Uso da Terra' do Climate Bonds Standard que viram emissões nos últimos anos no Brasil são o Florestal, de Bioenergia, Agricultura, Pecuária, Indústria de Alimentos e Instituições Financeiras.

 

Agricultura em destaque

Desde 2015, empresas do setor de agricultura emitiram US $4.4bi em emissões de títulos verdes. Se considerarmos o rótulo sustentável, esse valor aumenta para US$5.1bi. Indo além dos rótulos de destinação de recursos, os vinculados à sustentabilidade e de transição, temos mais US$4bi emitidos por empresas ligadas ao agro (agricultura, florestas e bioenergia).

Destaque no estudo, empresas de agricultura emitiram cinco títulos verdes, totalizando US $848 milhões. De acordo com o plano de investimentos "Destravando o Potencial de Investimentos Verdes para Agricultura no Brasil", lançado em setembro de 2020, o potencial de investimento para a Agricultura no Brasil atinge 163 bilhões de dólares (692 bilhões de reais) até 2030.

 

Leisa Souza, Head of LATAM, Climate Bonds Initiative 

“O mercado brasileiro de títulos sustentáveis tem expandido consideravelmente nos últimos anos e acreditamos que o setor de Agricultura tem um enorme potencial para posicionar o Brasil como líder em emissões rotuladas. Sabemos que o país possui escala para suprir a crescente demanda de investidores nacionais e internacionais. Também estamos trabalhando no desenvolvimento de um Framework de Transição para agricultura e a pecuária. Ao definir uma rota de transição, o Brasil pode expandir ainda mais seu pipeline de projetos relacionados à agricultura. 

 

José Ângelo Mazzillo Júnior, Subsecretário-Adjunto de Política Agrícola, MAPA

Os dados recém divulgados pela Climate Bonds Initiative mostram que nosso agro começou com o pé direito nas finanças sustentáves e crescerá exponencialmente em tais mercados, especialmente se considerarmos a instituição do Fiagro e engajamento demonstrado pelos agropecuaristas brasileiros.”

 

Recomendações para incentivar o crescimento em escala da Agricultura Sustentável no Brasil

O pipeline de títulos e empréstimos verdes está se expandindo, assim como o de outros rótulos temáticos. Além do número de transações, desdobramentos recentes relativos a políticas locais também enviaram um sinal positivo ao mercado sobre o papel das finanças sustentáveis. Algumas medidas que podem ajudar a ampliar a escala do mercado brasileiro de títulos sustentáveis nesses setores são:

1. Divulgação de critérios de elegibilidade para a agricultura sustentável: Publicados em agosto de 2020 pelo Climate Bonds Standard, os Critérios de Agricultura informam os emissores sobre os requisitos que devem ser considerados para emissões rotuladas, definindo boas práticas de mercado.

2. Definições claras das rotas de transição: A Climate Bonds Initiative elaborou um Framework de Transição e busca desenvolver rotas de transição para diferentes setores, inclusive a agricultura e a pecuária.

3. Aumento da demanda de investidores por títulos agrícolas: Embora haja demanda por títulos e empréstimos rotulados, é importante comunicar oportunidades específicas do setor aos investidores e desenvolver sua compreensão dos projetos e ativos elegíveis.

4. Alavancar políticas públicas: A recente instituição do Fiagro (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) e a inclusão de finanças verdes na Agenda de Sustentabilidade do Banco Central do Brasil indicam a importância do financiamento sustentável para o setor agrícola, dada sua forte dependência do setor bancário.

5. Priorização da agricultura em títulos soberanos: O Tesouro Nacional do Brasil iniciou diálogos sobre a elaboração de um Framework ASG, e o governo sinalizou sua intenção de realizar a primeira emissão rotulada em 2021.

 

  • O relatório está disponível para download aqui.
     

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Luiza Mello

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