Climate Bonds atualiza Metodologia de Títulos Verdes

 

Climate Bonds atualiza Metodologia de Títulos Verdes e aperta critérios para inclusão de green bonds em banco de dados

A Climate Bonds lançou a última atualização de sua Metodologia de Títulos Verdes, elevando as ambições e refletindo a natureza evolutiva do mercado. A Metodologia é usada para selecionar emissões de títulos verdes autorotulados e informar a emissão de melhores práticas nos mercados verdes. A Metodologia é guiada por metas internacionais para mudanças climáticas, como o Acordo de Paris.

Com a necessidade de acelerar os esforços de financiamento climático credíveis, reforçamos os critérios para os setores mais consolidados, ao mesmo tempo em que garantimos que a Metodologia seja consistente com a Taxonomia da UE. Além disso, o processo de triagem de títulos verdes da Climate Bonds agora exigirá mais divulgação por parte do emissor, tanto na forma de descrição das atividades quanto na forma de métricas de desempenho.

As atualizações da Metodologia refletem uma compreensão evolutiva das atividades necessárias para combater as mudanças climáticas, além  da expansão das atividades elegíveis para áreas mais complexas. Isso exige um nível mais amplo de divulgação para que a Climate Bonds e os investidores possam entender claramente o impacto potencial dessas atividades.

 

Principais atualizações da metodologia

Energia:

A nova metodologia agora inclui critérios para hidrogênio. Além disso, os critérios para bioenergia e energia hidrelétrica foram ampliados. A atualização também fornece mais detalhessobre os critérios para infraestrutura de eletricidade.

Vale destacar que, apesar da atenção recebida nos últimos meses, a energia proveniente do uso de gás (sem Carbon Capture and Storage - CCS) não é elegível. Esta decisão está de acordo com o os preceitos trazidos pelo relatório da Climate Bonds ' Accelerating the Fossil Fuel Transition to Net Zero'.

 

Edifícios:

Os critérios dentro do setor de construção tornaram-se mais exigentes para refletir a ambição necessária para descarbonizar o setor até 2050. Os requisitos de certificação também ficaram mais criteriosos. Um  exemplo disso é a nova exigência da certificação LEED Gold ou superior, em substituição ao LEED Silver, anteriormente aceito.

Aumentamos a lista de certificações reconhecidas e pretendemos atualizar esta lista periodicamente.

Para retrofits, agora exigem-se reformas de edifícios que tenham como objetivo uma melhoria de 30% na eficiência energética.

Também foram excluídos o investimento em edifícios de terminais aeroportuários, pois entende-se o investimento nesses edifícios como infraestrutura aeroportuária, setor que não tem planos viáveis ​​para descarbonizar no futuro próximo e a médio prazo. Portanto, percebe-se que esses investimentos em infraestrutura são inconsistentes com as metas internacionais de ação climática.

 

Transporte:

A nova metodologia atualiza, ainda, critério de transporte, garantindo consistência com a Taxonomia da UE. Por exemplo, os veículos de passageiros devem ter zero emissões de escapamento após 2025. Além disso, o transporte público só é elegível se as emissões de escapamento forem zero.

Notavelmente, agora expande-se o setor de transporte para inclusão de critérios mais detalhados para o transporte marítimo.

 

Outros Setores:

A nova Metodologia também fornece mais detalhes nos setores de Resíduos, Terras, Uso Marinho e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Saem da Metodologia a pesca sustentável e a piscicultura, pois a natureza sustentável de tais atividades em sua forma atual é preocupante.

 

Atualizações para abordagem mais ampla

A Metodologia da Climate Bonds também amplia a orientação sobre investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento). P&D é um componente fundamental para combater as mudanças climáticas.

A abordagem de empréstimos a entidades puras do setor bancário também foi ampliada. Entidades que obtêm 90% de suas receitas de atividades alinhadas ao clima podem ser consideradas 'pure-play'.

A Climate Bonds também reavaliou os critérios de divulgação pelos emissores. São necessários padrões de divulgação fortes para facilitar a transparência e a credibilidade ao determinar se os investimentos são realmente “verdes”. Isso é importante para o trabalho da Climate Bonds e para os investidores de todo o mundo.

 

O que vem por aí...

Mais trabalho está sendo realizado nos setores elegíveis existentes e os critérios relacionados a esses setores serão atualizados novamente ainda este ano. Além disso, nesta atualização, haverá adoção de novos critérios e atividades. Nisso incluem-se setores mais difíceis de descarbonização ou  'transição', como cimento, aço e produtos químicos.

 

 

Finalmente:

A Metodologia de Títulos Verdes é um instrumento crucial na missão da Climate Bonds de defender as melhores práticas de financiamento verde. Atualizações como essas são imprescindíveis para que os objetivos da metodologia permaneçam ambiciosos e atuais.

Na medida em que o universo de títulos rotulados evolui, outras metodologias são necessárias. Nas próximas semanas, a Climate Bonds anunciará detalhes sobre metodologias sociais e de sustentabilidade e captura de dados.

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Até a próxima, 

Climate Bonds