Investidores internacionais se reúnem para discutir transição verde

 

 

Investidores internacionais se reúnem para discutir transição verde 

Iniciativa Brasileira de Finanças Verdes promove conversa sobre definições para transições confiáveis, Portfólio ASG e  financiamento sustentável para agricultura brasileira

 

 

Do que se trata?

Membros da Iniciativa Brasileira de Finanças Verdes (BGFI) se reuniram no último dia 17 de junho para debater questões relacionadas à transição verde. O estudo “Financiando Transições Confiáveis”, lançado pela Climate Bonds Initiative em 2020, foi um dos principais pontos abordados no encontro, além de reflexões sobre a necessidade de uma definição clara para o Portfólio ASG.

O estudo “Financiando Transições Confiáveis”, resultado de um esforço colaborativo entre o Credit Suisse e a CBI, estabeleceu cinco princípios para uma transição ambiciosa. Ele apresenta uma estrutura para definir caminhos de transição confiáveis para empresas que irão reduzir coletivamente as emissões globais e cumprir as metas do Acordo de Paris.

A reunião contou com a participação de representantes da Zurich-Santander Seguros e Previdência S.A., Siemens Financial Services, SulAmérica Investimentos, UBS,  Zurich Insurance Company Ltd, Previ,  AMEC, entre outros.

Convidada especial do encontro, a Securitizadora Grupo Gaia compartilhou informações sobre a primeira emissão de CRA Verde coletivo do mundo, o CRA Tech.Verde, incluindo a elegibilidade de ativos verdes que foi facilitada pela empresa Produzindo Certo.  

 

Subcomitê de Agricultura

Já o primeiro encontro do Subcomitê de Agricultura em 2021 teve como principal objetivo a discussão do Mercado de Finanças Sustentáveis no Agro, às oportunidades geradas pelo FIAGRO e pelos títulos de transição, e as emissões verdes do setor de agricultura e bioenergia. 

Durante a reunião também foram apresentados os resultados do relatório “Análise do Mercado de Finanças Sustentáveis da Agricultura no Brasil” da Climate Bonds Initiative (CBI), lançado no dia 29/05.

 

Quem está dizendo o quê?

Renato Barros – Líder Agronegócio, Gaia Agro Securitizadora

“O CRA Verde.Tech foi um marco no mundo Agro e no mercado de capitais. Ele abre uma porta para que grupos de produtores que plantam de uma forma responsável social e ambientalmente possam acessar Fundos de Investimentos locais e internacionais que aplicam em títulos verdes.”

“É um caminho sem volta. Cada vez mais produtores interessados em produzir de forma responsável e cada vez mais o mercado entendendo que não faz sentido um investimento que não é positivo para o meio ambiente. Nós, do Grupo Gaia, estamos aqui para fomentar e apoiar, produtores e investidores, porque o crescimento da agricultura só será possível se for cada vez mais sustentável.”

 

Guilherme Farah dos Santos – Head de Investimentos da Zurich no Brasil

A Zurich tem o propósito de ser uma das empresas mais responsáveis e de maior impacto no mundo, razão pela qual coloca em prática o conceito ESG em diversas frentes. Nossa alocação em títulos verdes é superior a R$ 230 milhões, 7% do total dos nossos ativos. Temos orgulho de superar uma meta que estava prevista para 2022, apenas.”

 

Danielle Brassel – Analista de Investimentos Sustentáveis, Zurich Insurance Company 

“Acreditamos que o impacto ambiental ou social positivo deve ser intencional. Para nós, os títulos verdes se enquadram na categoria de investimento de impacto, e por isso uma boa parte dos nossos investimentos está conectada com títulos sustentáveis e sociais.”

 

Marcelo Wagner – Diretor de Investimentos, Previ

“Acredito que a transição verde é vital, talvez a missão mais importante do séc. XXI.  A PREVI participou da construção do Principles for Responsible Investment, e temos sido muito vocais nos últimos quase 20 anos nessa questão. Sabemos que mudar a conduta de negócios em relação ao meio-ambiente é possível.”

 

Sylvia Coutinho – Head para o Brasil, UBS Bank

“Uma de nossas missões é fomentar o mercado de capitais verdes. Queremos ser os melhores da classe em finanças verdes no Brasil, promover essa agenda e ajudar a educar. Especialmente todos os atores envolvidos nos setores de agricultura e infraestrutura.”

 

Sean Kidney – CEO, Climate Bonds Initiative:

“Vemos certamente que os títulos verdes estão suprindo a demanda em todos os mercados que olhamos ao redor do mundo neste momento. O que vemos hoje no Brasil também ocorre na Malásia, no Japão e em outros mercados ao redor do mundo, o que é extraordinário. Enquanto o universo do que é verde cresce, cresce a valorização dele como um investimento de baixo e, portanto, de alto valor. ”

 

A última palavra

A Climate Bonds Initiative continuará a apoiar o desenvolvimento do mercado brasileiro de green bonds, envolvendo empresas e partes interessadas em financiar práticas sustentáveis. Além disso, esperamos ajudar na identificação de pipelines existentes de projetos verdes com o objetivo de conectar essa oferta com a demanda local e internacional.

 

Saiba mais

Financiando Transições Confiáveis: define a transição como um conceito, apresentando um ponto de partida para o mercado ver uma transição crível de “marrom para verde” como ambiciosa, inclusiva e alinhada com o Acordo de Paris (evitando assim o greenwash). Além disso, apresenta uma estrutura para o uso do rótulo de transição na prática e propõe papéis claramente demarcados para um rótulo verde e um rótulo de transição.

Análise do Mercado de Financiamento Sustentável da Agricultura no Brasil: traz uma análise de como títulos rotulados são atualmente utilizados ​​para financiar projetos, ativos e atividades de agricultura sustentável no país. De acordo com o estudo, os títulos verdes respondem por 84% do mercado de dívida sustentável brasileira, com um total acumulado de USD 9 bilhões emitidos até fevereiro de 2021.

Destravando o Potencial de Investimentos Verdes para Agricultura no Brasil: identifica uma grande carteira de projetos e ativos elegíveis para financiamento verde. Projetado para demonstrar como o financiamento verde pode ser direcionado para projetos e ativos agrícolas em escala, e os avanços tecnológicos feitos pelo setor, o roteiro destaca um pipeline verde para agricultura, pecuária, energia renovável, florestas e infraestrutura de transporte para que os emissores e investidores possam compreender as oportunidades que podem ser rotuladas ou agregadas para atrair capital verde.

 

Vamos em frente!

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